A secretária de Saúde do Município, Elenir Neves, concedeu na tarde desta sexta-feira (7) uma entrevista coletiva sobre a situação epidemiológica da dengue em Três Lagoas. Além do número de casos, a secretária também falou das ações que a administração municipal vem desenvolvendo no setor da saúde para o combate da doença, acompanhamento dos casos, treinamento das equipes de Saúde, operações de limpeza, dentre outras ações.
De acordo com a Planilha Simplificada do SINAN, neste ano a incidência da doença no município é considerada de risco moderado, abaixo de outras cidades como Campo Grande, Brasilândia e Inocência que estão com risco muito alto.
Os dados de 2010, atualizados até 07 de abril, apontam 1.508 casos notificados, 435 descartados, 687 aguardando resultado, 160 casos internados, dois casos que evoluíram para Febre Hemorrágica de Dengue (FDH), desses, um foi a óbito, e o outro é de uma criança de quatro anos que está internada em Campo Grande, em estado considerado estável. Os vírus da doença circulando na cidade são o tipo I e II.
Conforme Elenir, os números da última década demonstram o ciclo da dengue, com epidemias nos anos de 2000 e 2001, 2006 e 2007, tendo diminuição dos casos nesses intervalos. Além de ações de combate e controle, o principal foco do nosso trabalho é orientar os moradores com relação aos cuidados em suas residências, sendo deles a responsabilidade na retirada de lixos. Todos são responsáveis em vigiar sua casa e o ambiente de trabalho. A nossa maior dificuldade ainda é a mudança de comportamento da população, ressaltou Elenir, e completou: os números da doença estão crescentes, mas pelo fator climático, próprio desta época, os casos de dengue deverão diminuir. Porém, não podemos descuidar, pois a doença na cidade é endêmica.
A secretária também anunciou que Três Lagoas foi escolhida pela empresa Ecovec, responsável pelo MI Dengue, como município piloto para pesquisa do vírus da doença, podendo verificar em tempo real qual vetor está infectado. Esta pesquisa vai otimizar a ação no local onde está o vetor, possibilitando ganho para os trabalhos das equipes. A escolha da cidade foi devido ao seu histórico de alta execução de ações de prevenção, enfrentamento e controle da dengue. A pesquisa será desenvolvida entre os meses de maio e agosto próximos.
Durante a coletiva, a secretária ainda destacou o trabalho desenvolvido pela comunidade do Jupiá, que vem realizando arrastões de limpeza no bairro. Precisamos de mais pessoas envolvidas neste controle, destacou Elenir.
Ações
Dentre as ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde e Administração Municipal para o enfrentamento da dengue estão: Plano de Contingência, treinamento dos profissionais de saúde, protocolos de atendimento na rede de saúde pública e hospitais, estrutura de saúde e referências com aquisição de materiais e equipamentos, ações intensas de educação em saúde em escolas, visita in loco do setor de Endemias, monitoramento do MI Dengue possibilitando otimização das ações, dentre outras.
Já na próxima semana a Secretaria de Saúde passará a contar com mais dois veículos e duas máquinas para bloqueio (borrifação). Neste ano, as ações de bloqueio cobriram mais de 39 mil imóveis com borrifação. Os bairros que vem apresentando maior número de casos de dengue são: Vila Nova (134), Jardim Alvorada (76), Centro (55), Colinos (48), e subsequentes.
Ainda em sua explanação, Elenir apresentou os números da Operação Cidade Limpa que ocorreu nos meses de março e abril: foram distribuídos mais de 60 mil sacos, sendo retirados nestes 561.400 quilos de lixo. Pela Secretaria de Saúde participaram 115 agentes comunitários, 256 agentes de endemias, e 33 instrutores de saúde.
Com relação ao Ecoponto, desde o ano de 2008, quando foi implantado, pouco mais de 580 toneladas de pneus inservíveis foram recolhidos.
Segundo a secretária de Saúde, os grandes reservatórios de água, como fontes luminosas, são tratados com inseticidas quinzenalmente, por uma equipe de saúde.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO