Medida segue protocolos do Ministério da Saúde e é decorrente do aumento da procura por atendimento 24 horas
Há pouco mais de duas semanas, ou seja, desde o final de novembro e início de dezembro, a equipe da Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24 horas vem se deparando com um surpreendente aumento do número de pacientes com sintomas de dengue.
Segundo foi divulgado no último Boletim Epidemiológico de monitoramento de Dengue, o acumulado de 2018, incluindo os dados da 49ª semana, encerrada na sexta-feira (07), Três Lagoas teve registro de 2.443 casos notificados suspeitos de Dengue.
Desse total, 652 foram confirmados como casos positivos e 1.000 apresentaram resultado laboratorial negativo. Só em novembro, foram notificados 1.039 casos suspeitos e confirmados 315 como positivos, após exames de sangue em laboratório.
Estima-se que mais de 70% dos pacientes atendidos nos plantões da UPA são pacientes com sintomas de suspeita de Dengue, como informou o coordenador de Enfermagem, Deivid William Simão.
Diante do aumento da demanda e para reduzir o tempo de espera por atendimento na UPA, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), numa ação conjunta da Secretaria de Administração (SEAD), tomou uma série de providências imediatas, entre elas a instalação de um setor exclusivo e um médico para atendimento específico de pacientes com sintomas de dengue.
Seguindo o protocolo do Ministério da Saúde para atendimento e manejo de pacientes com suspeita de Dengue, a SMS providenciou também e de imediato um aparelho de hemograma (exame de sangue).
Junto com o aparelho de exame de avaliação rápida das plaquetas no sangue do paciente, a SMS também providenciou o deslocamento de um profissional para cada turno de atendimento na UPA, como explicou o biomédico Arieul Azevedo Moraes.
“Com este aparelho de hemograma, temos condições de avaliar uma das principais suspeitas de Dengue, que é a apresentação de plaquetas baixas no sangue”, observou o biomédico.
Em um dos turnos de seis horas, em que Arieul trabalhou, na semana passada, foram realizados mais de 100 exames de sangue.
PROTOCOLOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Para a classificação de risco e manejo de pacientes com sintomas de suspeita de Dengue, o Ministério da Saúde possui protocolo específico, que foi elaborado conforme estudos e orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“São procedimentos que são adotados na UPA e nas demais Unidades de Saúde de Três Lagoas, incluindo o Pronto Socorro do Hospital Auxiliadora para o atendimento de pacientes com Dengue”, comentou a secretária de Saúde de Três Lagoas, Angelina Zuque.
Na nova classificação de casos de Dengue, temos pacientes simplesmente com Dengue, Dengue com Complicações e Dengue Grave”, resumiu a coordenadora do setor de Vigilância Epidemiológica da SMS, enfermeira Adriana Loro Spazzapan.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Por isso, no protocolo de procedimentos do Ministério da Saúde, é recomendado o seguinte: na triagem inicial, quando a prova de laço é negativa, sem sangramentos espontâneos, ou grupo de risco de condições clínicas especiais e se note ausência de sinais de alarme, o paciente é classificado no Grupo A, ou seja, na cor Azul e será atendido de acordo com o horário de chegada.
Quando o paciente apresenta resultado positivo na prova do laço, ou seja, com sangramentos de polo espontâneos, ou pertence a grupo de risco ou condições clínicas especiais, mas com ausência de sinais de alarme, ele é classificado no Grupo B e recebe a cor Verde, que significa existir prioridade não urgente no atendimento.
“Quando feita a triagem inicial, na UPA atendemos os pacientes classificados nos Grupos A e B. Eles recebem o atendimento devido no Setor da Dengue”, explicou o enfermeiro Deivid.
Na classificação de risco, os pacientes também podem apresentar sintomas que o protocolo orienta a classificá-los nos Grupos B ou C. Nesses casos, o paciente é imediatamente transferido para o Pronto Socorro do Hospital Auxiliadora, que possui adequada estrutura de atendimento de média e alta complexidade.
Paciente com suspeita de Dengue que apresenta presença de um ou mais sinais de alarme, como, sangramentos presentes ou ausentes e sem hipotensão (sinais de pressão arterial), este paciente é classificado no Grupo C e na cor Amarelo de prioridade de atendimento. Isso quer dizer que é um caso de urgência e o atendimento deverá ser providenciado o mais rápido possível.
Nos casos do paciente apresentar hipotensão ou estado de choque, sangramento, incluindo comprometimento de órgãos, a classificação é do Grupo D e recebe a cor Vermelha na classificação de risco. Isso quer dizer que é um caso de emergência e trata-se de paciente com necessidade de atendimento imediato.