A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, por meio da sua Diretoria de Saúde Coletiva, lança alerta à população sobre os cuidados de prevenção que deve adotar frente à epidemia de sífilis, que vem aumentando a cada ano no mundo inteiro, na América Latina, na Região Centro Oeste do Brasil e também nos municípios de Mato Grosso do Sul.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são mais de 12 milhões de pessoas, infectadas pela sífilis, em todo o mundo. Na América Latina, surgem a cada ano mais de três milhões de novos casos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, anualmente, surgem mais de 14 mil novos casos de sífilis e, nesse total, a Região Centro Oeste ocupa o primeiro lugar no ranking nacional da doença. Especificamente, no estado de Mato Grosso do Sul, o nível de incidência da doença é de seis casos para cada mil habitantes.
Em Três Lagoas, somente no mês de junho, foram registrados cinco casos de sífilis congênita, isto é, cinco crianças nasceram com a doença, porque as mães eram doentes de sífilis.
Em razão desse alerta da OMS, agravado com o aumento do número de casos de sífilis congênita, a direção do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em parceria com a SMS de Três Lagoas, promoveu recentemente palestra de capacitação dos profissionais da Saúde.
“Essa capacitação se fez necessária e importante para fazer frente ao avanço dos casos de sífilis na nossa população”, informou a diretora de Saúde Coletiva, Carolina Ramalho Masuko.
A palestra foi ministrada pela médica infectologista da SMS, Renata Congro Leal, que também presta serviços aos pacientes do Programa Municipal das Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST/Aids.
A DOENÇA
A diretora de Saúde Coletiva comentou que, na palestra da doutora Renata, os profissionais da Saúde constataram que o aumento da sífilis congênita, sífilis gestacional e sífilis adquirida são ameaça à saúde publica, porque maioria da população pouco ou nada sabe sobre a doença, não só em relação aos riscos, mas também em relação às consequências dessa infecção.
Carolina explicou que, o paciente com sífilis tem comprometimentos sérios do sistema nervoso central, com doença neurológica, com quadros de demência, manifestações auditivas, oculares, cardíacas e ósseas. É importante lembrar que não existe uma vacina. A única forma de prevenir a sífilis é através do sexo seguro, usando sempre o preservativo masculino ou feminino.
A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra através da relação sexual; pelo beijo, se uma das pessoas possui lesões ativas nos lábios; transplacentonia (cordão umbilical); e durante o parto.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
O surgimento de lesões ulceradas, geralmente indolores, é o primeiro sintoma da doença. Num segundo momento surge a febre, que poderá evoluir para um quadro mais grave com artralgia (dores nas juntas), alopécia (queda dos cabelos) e o “rash” cutâneo, aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica do corpo, notadamente, na palma das mãos e dos pés.
Carolina informou que o diagnóstico da doença poderá ser feito pelo profissional da Saúde, por meio do teste rápido, mas o tratamento tem que ser adequado, seguindo à risca as orientações médicas.
Quanto à eficácia do tratamento, feito com penicilina, o mais antigo dos antibióticos usados pela humanidade, depende do paciente, que não deve interromper a prescrição médica, seguindo até o final o receituário, sem interrupções, orientou a diretora de Saúde Coletiva.
Diretoria de Comunicação