Nos últimos dias foi lançado o Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, ação coordenada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com a participação do Ministério da Saúde e diversas instituições. Com objetivo de ampliar as coberturas vacinais em todo o País e retomar os índices de imunização considerados seguros, já que as taxas de coberturas vacinais estão em quedas em todo país, assim como ocorre em Três Lagoas.
No Município, a cobertura vacinal vem diminuindo a cada ano segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Central de Imunização, um cenário é preocupante, pois pode ocasionar o retorno de doenças que estavam erradicadas.
De acordo com o relatório da Coordenação Municipal de Imunizações, que apresenta dados referentes de janeiro a novembro deste ano, a taxa mais alarmante é a procura pelo imunizante contra o HPV (papiloma vírus humano), destinado para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A meta é imunizar 80% do público-alvo, 10.834 doses, entretanto, o Município alcançou apenas 16,7% de cobertura, 1.210.
Com cobertura abaixo da metade estabelecida, a vacina de sarampo, para crianças de 06 meses a 04 anos, estipulada com 95% de cobertura, em 8.342 doses, atingiu somente 43,86%, com 3.659 vacinas.
Além do público infantil e adolescente, os números estão em queda também com os adultos, a vacina de Influenza que é aberta a toda população, mas possui meta de vacinação para o grupo prioritário, de 90% em 29.152 doses, são alvo da campanha (gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, idosos, professores e crianças de Crianças 06 meses a 04 anos), foram vacinadas 20.955 pessoas, e 71,9% de alcance.
Voltando ao público infantil, outra taxa preocupante abaixo da meta, a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, ameaça retornar ao país após 33 anos desde o seu último registro em território nacional, com meta de 95%, e 8.342 imunizados, Três Lagoas registrou cobertura de 77,39% com 3.659 crianças de 01 a 04 anos vacinadas.
Ainda de acordo com o relatório da Central, a cobertura vacinal em menores de 01 ano em 2022, na cidade, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), a vacina com menor taxa de cobertura é de Febre Amarela de 79,5%, em segundo lugar a Penta/DTP Infantil 94,1% e em terceiro empatadas a de Tríplice Viral e VIP/VOP com 94,5%.
O médico da família e comunidade e da Vigilância Epidemiológica (VIGEP) da SMS, Vinícius de Jesus Rodrigues, faz o alerta das consequências desses números, “A queda nas taxas de vacinação têm feito circular em nosso meio doenças que não víamos há muito tempo, como sarampo e poliomielite. Outras doenças que podem inclusive levar à morte, como rubéola, meningite e pneumonias, também têm tido aumento no número de casos graves. Essas vacinas protegem contra contaminação ou contra desenvolvimento de gravidade, e são as vacinas quem evitam que as pessoas morram por conta dessas doenças” explicou o profissional.