A Prefeitura de Três Lagoas justifica o motivo o cancelamento de fogos do Réveillon, na Orla da Lagoa Maior. O motivo em especial é em decorrência a preservação da qualidade de vida da fauna existente no local e também da falta de um local adequado para a realização do evento.
RECOMENDAÇÃO DO MPE
No dia 29 de novembro, a Prefeitura recebeu uma recomendação do Ministério Público Estadual do Meio Ambiente (MPE/MS), para a não realização de fogos de artifício junto à Lagoa Maior, na qual, segundo uma das dez considerações do documento, “há risco com a queima de fogos possa ocorrer a debandada de animais pelas vias públicas, morte dos animais em razão dos estampidos acima dos decibéis permitidos ao ouvido humano e não humano; risco de que as pessoas que lá se aglomerarão no entorno; risco de morte de animais pela elevada população que lá estará para assistir ao famigerado espocar dos fogos”.
Além disso, outra consideração da Promotoria do Meio Ambiente é que os fogos de artifício “provocam riscos de queimadas, risco às pessoas, risco de iluminação excessiva aos olhos daqueles que lá habitam”.
DECISÃO FAVORÁVEL
O professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/CPTL), doutor Sérgio Roberto Posso, que é também responsável pelo Laboratório de Ecologia, Filogenia e Conservação de Aves Neotropicais na unidade, disse ser favorável a não execução de fogos de artifícios na Lagoa Maior por ocasião do Réveillon e em nenhum outro evento, pois para ele, “se trata de uma área de abrigo da avifauna e outros animais, de modo que ratifico a recomendação do Promotor de Justiça”.
Para o especialista, a queima de fogos não prejudica somente os animais silvestres que estão na terra e na água, no caso de jacarés, capivaras e cobras, mas também as aves também podem sofrer com o ruído.
“As aves e outros animais não evoluíram com este tipo de ruído repentino e muito alto. Então, ocorre estresse do tipo agudo e pode ocasionar perda de audição, abandono de ninhos (o que é ainda mais problemático, pois dezembro e janeiro são meses de cuidado com os filhotes) e eventual abandono dos territórios, ocasionando graves distúrbios para a avifauna, já documentado em um estudo de três anos na Holanda. Em casos mais extremos pode ocasionar mortes de várias aves, como já foi documentado no Arkansas, EUA”, explicou.
A Prefeitura de Três Lagoas também esclarece que houve a possibilidade da realização do evento em outros locais, sendo um deles, a Praça Senador Ramez Tebet, entretanto, o Corpo de Bombeiros fez considerações quanto ao local, que possivelmente poderia trazer risco aos moradores locais.
Além de Três Lagoas, mais de 50 municípios do Estado de Mato Grosso do Sul também deixarão de realizar a festa comemorativa. Diferente daqui que o principal motivo é de evitar riscos ao desequilíbrio ambiental, a grande parte justificou o cancelamento foi em razão da crise econômica financeira, optando pela economia do erário público.
Assessoria de Comunicação Social