Preocupada com as novas variantes do novo coronavírus que já estão circulando no país, inclusive no Estado do Mato Grosso do Sul, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, por meio do médico da Família e Comunidade e da equipe de Vigilância Epidemiológica da SMS, Vinícius de Jesus Rodrigues Neves, esclarece dúvidas e faz importantes recomendações a população três-lagoense a respeito.
ALERTA
De acordo com Neves, “essas novas variantes são chamadas de ‘variantes preocupantes’, já que pouco ainda se sabe sobre elas. Mais de 20 diferentes já foram identificadas e a mais estudada até o momento, inicialmente identificada no norte do Brasil, África do Sul e Reino Unido, é a responsável pelo grande aumento do número de casos e óbitos nessas localidades”, explicou.
De acordo com o médico, a preocupação é que, de acordo com a previsão, essa nova cepa seja a predominante em todo o país em cerca de um mês.
“Isso ocorre porque, apesar de não ser mais letal, é uma variante mais infectante. Estima-se que enquanto 100 pessoas contaminadas pela variante anterior infectavam cerca de outras 110, 100 pessoas infectadas pela nova variante infectam em média 160”, disse.
O médico foi além ao explicar que “havendo mais infectados, levará a mais internações e mais óbitos por COVID-19, além de a uma maior pressão sobre o sistema de saúde, que precisa se organizar pra esse aumento de demanda, podendo por vezes ser levado a perder sua capacidade de atendimento de outras demandas que não sejam COVID-19”, disse.
CUIDADOS
Diante dessa nova perspectiva, os cuidados com uso de máscaras e distanciamento social precisam ser ainda mais rígidos.
Descuidos que diante da variante anterior passavam ilesos podem ser determinantes frente às novas infecções. O uso correto das máscaras, por exemplo, é fundamental, priorizando-se sempre as cirúrgicas em detrimento das máscaras de pano.
“Evitar aglomerações e confraternizações também é prioritário, especialmente ambientes onde as pessoas frequentem sem máscaras”, lembrou Neves.
VACINAS
Com relação às vacinas, Neves avaliou que em um primeiro momento nenhuma delas vem para trazer imunização completa aos vírus circulantes.
“A função delas é evitar casos graves, reduzir hospitalizações e, assim, diminuir as mortes e a pressão sobre o sistema de saúde. Mesmo com a população vacinada, os cuidados com distanciamento social, higiene e uso de máscara devem ser mantidos”, disse.
Neves ainda explicou que “isso porque ainda não se sabe por quanto tempo a vacina manterá seu efeito – mesmo vacinadas, as pessoas podem ainda contrair o vírus e transmiti-lo; além disso, não se conhece ou se sabe ainda a efetividade das vacinas contra as novas cepas que vêm surgindo. Portanto, independente da vacina, os mesmos cuidados devem ser mantidos”, alertou.
Neves lembrou ainda “que é importante ressaltar, também, que ainda não existe qualquer medicação que trate ou cure da COVID-19. Apenas com a vacina e os devidos cuidados médicos é que podemos esperar redução da taxa de contaminações no município”, finalizou o médico.