Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, divulgados, nesta semana, pelo Departamento de Relações Institucionais, a respeito de consultas e exames, no Centro de Especialidades Médicas (CEM), mostram os altos índices de “absenteísmo”, que chegam a quase 50%.
Na linguagem dos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), é usado o termo “absenteísmo”, palavra pouco conhecida pela maioria dos usuários e pela população em geral, mas comumente usada pelos profissionais da Saúde para explicar e avaliar as consequências negativas das faltas de última hora de pacientes às consultas, exames e outros procedimentos da Rede Pública de Saúde.
Um exemplo disso está no CEM, onde se concentra o maior número de oferta de especialidades médicas da SMS, via SUS. Como consta nos relatórios, de janeiro a junho deste ano, das 31.753 consultas pré-agendadas, 18.515 foram realizadas, o equivalente a 58% do previsto. Nesse caso, usando a linguagem SUS, houve um “absenteísmo”, ausências de última hora e não avisadas, de 13.238 pacientes.
A diretora de Relações Institucionais de Saúde, Rosalba Maria do Nascimento, informou que, “essa realidade, que muitos prejuízos têm causado aos cofres públicos e à melhoria da qualidade dos serviços, que toda a população reclama e a que tem direito, é constatada também na Clínica da Criança e Ortopedia, na Clinica da Mulher, na Clínica de Diagnóstico e Cirurgia (CDC), na Clínica do Idoso e até nos serviços contratados e prestados à população pelo Hospital Nossa Senhora Auxiliadora”.
PREJUÍZOS INCALCULÁVEIS
Infelizmente, são incalculáveis os prejuízos que isso ocasiona ao rendimento da qualidade dos serviços da Saúde. Por outro lado, também não possuímos informações precisas sobre os motivos que levaram esses pacientes a faltar sem sequer avisar nas Unidades Básicas de Saúde ou nas Unidades onde foi emitida a requisição dos procedimentos. Desistir da consulta ou exame é uma coisa e faltar sem avisar é outra.
“Quando o paciente desiste com antecedência, por um ou outro motivo, e comunica a desistência, a vaga que se criou com essa desistência é preenchida a tempo por outro paciente que está na fila de espera e que precisa muito desse atendimento”, comentou a diretora de Saúde.
Segundo expressou a diretora de Relações Institucionais de Saúde, “a população reclama, muitas vezes com razão, do tempo de espera para consultas e determinados exames. No entanto, não sabe o quanto de prejuízo ocorre, quando o paciente falta sem avisar”.
Rosalba informou que a maioria das faltas de última hora é de pacientes que precisam de procedimentos de média e alta complexidade, como é o caso de consultas agendadas para Campo Grande.
“Nesses casos, o prejuízo é bem maior”, disse, ao referir-se às custas de transporte, manutenção da Casa de Apoio e outros procedimentos necessários para o deslocamento de pacientes para a Capital.
Segundo informações da SMS, dos 535 encaminhamentos para consultas em Campo Grande, no período de janeiro a junho deste ano, 243 pacientes faltaram sem avisar.
“Todo o paciente precisa entender o quanto ele é importante para a Saúde e que existem muitas pessoas envolvidas e comprometidas com o os serviços de Saúde e com a atenção que devemos ter com todos os nossos pacientes”, ressaltou Rosalba.
OUTROS DADOS
Os relatórios da SMS, oficializados no Sistema Único de Saúde (SUS) e divulgados pelo Departamento de Relações Institucionais, mostra “dados preocupantes dos altos índices de absenteísmo no município de Três Lagoas”, alertou Rosalba. Ela também informou que, “esse sério problema na Rede Pública de Saúde não é só nosso, mas atinge todos os municípios, uns mais, outros menos. No Brasil, estima-se que o índice de absenteísmo esteja próximo de 30%”, informou.
Nas Unidades de Saúde de Três Lagoas, de janeiro a junho, a situação foi a seguinte: Clínica da Criança e Ortopedia agendou 12.443 procedimentos e foram realizados 4.178; na Clínica da Mulher houve 3.073 consultas e exames dos 5.926 agendados; na Clínica de Diagnóstico e Cirurgia, do total de 8.210 procedimentos marcados, compareceram 2.808, ou seja, apenas 34% do que estava agendado; e, na Clínica do Idoso, dos 3.869 procedimentos agendados, apenas 921compareceram.
“Todos nós, gestores, servidores e usuários da Saúde, temos que ter a consciência da responsabilidade de cada um para tudo dar certo. Não podemos deixar que o absenteísmo comprometa a nossa capacidade de melhor atender à população que nos procura e precisa de tratamento com qualidade”, concluiu Rosalba.
Todas essas informações têm como fonte o SISREG- Sistema Nacional de Regulação -, criado pelo SUS para gerenciar todo o complexo regulatório de consultas médicas, exames, vagas de leitos hospitalares e outros procedimentos de média e alta complexidade.
Diretoria de Comunicação