Sem muitas opções e muito menos recursos para a utilização das terras que há cerca de cinco anos ganharam do Incra, o cultivo do abacaxi pode ser a saída para os assentados do Pontal do Faia, bem como para outros pequenos produtores rurais do município de Três Lagoas que estejam em dúvida sobre o que fazer para obter lucros com suas propriedades.
Acompanhado do engenheiro agrônomo Celso Yamaguti, esta semana o vice-prefeito e secretário de Agronegócio, Luiz Akira, visitou as plantações do maior produtor de abacaxi da região – o técnico agrícola Ailton José da Silva, para sondar a cultura desta que é uma das frutas tropicais mais populares do mundo. Akira voltou animado com o que viu, tanto que deverá retornar ao local, uma vez que o fruticultor se prontificou em repassar as técnicas de plantio, bem como fornecer orientações no que diz respeito à comercialização do produto e demais informações necessárias.
De acordo com Luiz Akira, além do know how, a prefeitura, através da Secretaria de Agronegócio e Pecuária (Semap) está disposta a prestar também toda assistência técnica aos que optarem por essa cultura. A intenção do secretário é promover a diversificação das atividades dos assentados, que atualmente limita-se à produção de leite, que, na sua avaliação, tende a enfraquecer por conta da recente descoberta de focos de aftosa no Estado, sem contar com a degradação da pastagem.
Pioneiros
Pelo menos três dos 40 proprietários de terra no assentamento já estão plantando abacaxi, em caráter experimental. E as perspectivas de sucesso são as melhores possíveis, prevê Akira. Um deles é Debrair Queiroz de Paula que reservou um alqueire de seu lote para o plantio de 30 mil pés da variedade perola. Se der certo, de Paula que trabalha com Ailton – pretende entrar de vez no negócio. Eu estou com muita esperança, pois tenho certeza que essa é a melhor opção para nós que não temos recursos e também porque poderemos contar com o apoio da prefeitura, disse.
Venda garantida
Há cinco anos trabalhando como administrador de fazenda na região do Pontal do Faia, o técnico agrícola Ailton veio da cidade de Guaraçai (SP), exclusivamente para plantar abacaxi. Na época muita gente me chamou de louco, mas eu tinha certeza de que seria bem sucedido, conta o produtor que no início enfrentou muitas dificuldades, todas já superadas.
Atualmente, cerca de 20 alqueires dos mais de 500 que a fazenda possui, são utilizados para o plantio da fruta. Pérola e Hawaii são as duas variedades cultivadas, por ser as mais adaptáveis à região.
Além da comercialização do produto para o Ceasa de São Paulo e, principalmente, da região Sul do País, hoje Ailton fornece também a muda, ao custo de 10 centavos a unidade.
A fruta, que leva de 12 a 14 meses para o ponto de colheita, é vendida por quilo ou peça. O preço médio de mercado do perola é R$ 1,00 a unidade, enquanto que o Hawaii é vendido por R$ 0,50 o quilo. Segundo ele, tudo que é produzido tem venda garantida.
Assessoria de Comunicação