Após a identificação de 3 casos positivos para leishmaniose em humanos, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas realizou nesta quinte e sexta-feira (11 e 12) uma ação de bloqueio nos bairros Vila Nova, Jardim das Violetas e Brasília, regiões onde residem as pessoas que testaram positivo para a doença.
De acordo com o médico veterinário do CCZ, Everton Ottoni, os técnicos visitaram as residências de nove quadras dos bairros para examinar e fazer triagem com teste rápido em cães e, posteriormente, exame confirmatório ELISA.
Ottoni explica que o raio de ação é determinado com base no endereço das pessoas que foram positivadas para a Leishmaniose, fazendo uma varredura nos quarteirões que circundam a residência para identificar os animais que são positivos.
“O bloqueio é um procedimento de rotina e necessário. Quando recebemos o comunicado de um caso positivo de leishmaniose em humanos, é feito um levantamento dos cães na região da residência do paciente. Com isso, se coleta amostras de todos os cães acima de 04 meses de idade, para avaliação dos resultados no diagnóstico de leishmaniose canina. Após isso, o responsável pelo animal é informado sobre o resultado e orientado, conforme as normas a serem seguidas”, explicou.
Após o teste rápido detectar a leishmaniose, é realizada a sorologia para confirmar a doença. Caso positivo, o proprietário do cachorro deve fazer tratamento com veterinário (particular) ou encaminhar o animal infectado para a eutanásia.
A LEISHMANIOSE
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por mais de 20 espécies de leishmania (um gênero de protozoários). Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: tegumentar ou cutânea e visceral ou calazar.
A leishmaniose visceral em humanos é considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma das principais doenças negligenciadas do planeta, pois ocorre com maior frequência em populações socialmente mais vulneráveis, principalmente em crianças. É uma doença grave e que pode levar à morte se não for tratada oportuna e adequadamente.
Por esses motivos, caracteriza-se como um desafio à saúde pública mundial e um dos principais problemas de saúde veterinária para os cães, com alta relevância para a saúde pública no Brasil.
O ANIMAL NÃO É CULPADO
É necessário destacar que o animal não é o transmissor da doença diretamente para o ser humano e, sim, o mosquito flebotomíneo, popularmente conhecido por mosquito palha, que ao se alimentar do sangue do animal e, depois, picar o ser humano, faz a transmissão do protozoário da leishmaniose.
Por isso, é tão importante cuidar da saúde do animal, tanto pelo bem do próprio pet, quanto para a saúde pública. A coleira evita que o mosquito venha a se alimentar do sangue do animal e, com isso, corta o ciclo de transmissão da leishmaniose visceral.
SERVIÇO
Para agendar o exame de leishmaniose canina, o cidadão pode ligar no telefone (67) 3929-1803 ou levar o animal até o Centro de Controle de Zoonoses, localizado na Rua Egídio Thomé – 5562, ao lado do Buracão do Jupiá.