
O evento foi realizado no recinto da Casa do Criador, no Parque de Exposições Joaquim Marques de Souza.
O encontro contou a presença do deputado federal Waldenir Moka (PMDB), dos deputados estaduais, Akira Otsubo e Jerson Domingos, ambos do PMDB, da vice-prefeita de Campo Grande, Marisa Serrano (PSDB), da prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB), do diretor-secretário da Famasul, Ademar da Silva Junior, dos vereadores Cláudio César (PMDB), Gil (PPS), Jorginho do Gás (PSDB), Rialino (PMDB e do presidente da Câmara José A. M. Guerra (PMDB), de Três Lagoas e outros vereadores e presidentes de sindicatos rurais de várias cidades do bolsão.
O objetivo do encontro foi cobrar ações que beneficiem a classe dos produtores rurais, principalmente da região do Bolsão.
Queremos saber se os pré-candidatos têm propostas para nossa classe e quais são. Além disso, queremos expor algumas situações, provocadas pelo atual Governo, que está inviabilizando a classe produtora rural, disse a presidente do Sindicato Rural, Leda Garcia de Souza.
Em Carta Aberta, entregue ao ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, pré-candidato a governador do estado, e subscrita pelos prefeitos e presentes de sindicatos rurais do Bolsão, os produtores apresentaram uma série de reivindicações, entre elas: a conservação de importantes rodovias da região, políticas públicas que visem garantir o direito de propriedade e posse aos proprietários de área rural, concessão de incentivos fiscais aos produtores rurais, emissão de notas fiscais em terminais online e pela internet, criação de mecanismo de controle que permita ao produtor ter talão de nota fiscal a exemplo de outros Estados, maior aplicação de medidas de segurança pública, entre outros.
Leda disse que a carta era apenas uma forma de desabafo para o esquecimento dos governos à região do Bolsão.
O representante da Famasul, Ademar da Silva Junior, apoiou a iniciativa de Leda. Ao se pronunciar criticou, sobretudo, a falta de informatização do Iagro. Vamos dar todo o apoio aos pedidos formulados na Carta Aberta, disse.
Apesar de não ser produtora rural, a vice-prefeita de Campo Grande, Marisa Serrano, pré-candidata a uma vaga no Senado Federal, disse que acompanha o problema vivido pela classe e que a área rural merece mais atenção dos políticos.
Marisa pediu atenção do eleitor na hora de escolher os candidatos este ano.
Temos que ter a confiança de que os próximos governos, tanto federal quanto estadual, vão olhar com mais carinho pelos produtores, finalizou.
O deputado federal Waldemir Moka, foi um dos oradores mais exaltados quanto ao problema apresentado pelos produtores.
Em se tratando do campo, o governo Lula só privilegia os sem terra e MST e esquece que são os produtores que abastecem a nação, desabafou.
Sobre a falta de informatização do Iagro, Moka disse que isso acontece para quem não quer transparência no órgão.
O deputado estadual Jerson Domingos, ao discorrer sobre os problemas enfrentados pelos produtores rurais, disse que o Bolsão nunca havia sido atendido nas reivindicações. Falou da verba do Fundersul e sugeriu para que o próximo governador aumentasse de 25 para 40% os repasses aos municípios, não encaminhando recursos, mas sim colocando à disposição mais equipamentos e maquinários que recuperassem a malha rodoviária das cidades.
Quanto ao Iagro, o deputado disse que o órgão era mais arrecadador do que fiscalizador e orientador. Domingos disse que enquanto os produtores acordavam às 5 horas para iniciar os trabalhos, o Iagro abria a portas às 8 horas e só atendia por quatro horas e meia.
O deputado estadual Akira Otsubo enalteceu o trabalho do Sindicato Rural de Três Lagoas e disse que apenas as parcerias entre os órgãos dos governos poderiam reverter a atual situação enfrentada pelos produtores rurais.
Akira passou às mãos da presidente do Sindicato, plano de aplicação de recursos apresentado por ele ao Governo do Estado e que na maioria não havia sido atendido.
Recursos existem. O que não há é empenho para ajudar a região do Bolsão, finalizou.
A prefeita Simone Tebet (PMDB), ratificou as palavras do deputado Akira. Simone disse que o Estado não encaminha recursos para a cidade e para comprovar a reclamação, ela citou o exemplo das cinco pontes que foram recuperadas com recursos do município, lamentando a falta de parceria do Governo do Estado. Se essa parceria fosse mais efetiva, com certeza poderíamos ser mais atuante.
Simone disse ainda que se o Governo não liberar recursos até o dia 8 de maio para a recuperação da ponte do Periquito, danificada ano passado com as chuvas e degradação natural pelo fluxo intenso de caminhões, o município colocará recursos próprios para a realização dessa obra. Cansei de esperar por promessas que não se concretizam, disse a prefeita. A ponte do Periquitos é uma importante rota de escoamento de produção que liga Três Lagoas a Selvíria.
Em fevereiro, Carlos Longo, secretário de Infra-estrutura do Estado, havia se comprometido com o prefeito de Selvíria e Simone, a liberar recursos para a reforma da ponte. No entanto, até o momento nada foi liberado, segundo a prefeita de Três Lagoas.
Caso o dinheiro não saia até o dia 8, no dia seguinte eu e o prefeito Dodô, de Selvíria, iremos iniciar a recuperação da ponte com recursos municipais, falou.
Simone lembrou do empenho do senador Ramez Tebet (PMDB), para liberar recursos federais, através de emenda, no valor de R$ 7 milhões, utilizados na recuperação da malha asfáltica da BR 158, que é uma rodovia federal. A BR liga Três Lagoas à Selvíria.
O ex-prefeito de Campo Grande, e pré-candidato ao governo do estado, André Puccinelli, proferiu discurso enfático. Em relação à Carta Aberta, disse que aproveitará o material para criar o plano de governo da região do Bolsão.
Os problemas devem ser discutidos e não deixados de lado como é feito pelo atual governo, comentou.
André pediu parcerias com os prefeitos e disse que pretende trabalhar para todos eles, independente de partido político. Quero parceiros para solucionar os problemas do Estado, disse. Sobre a segurança pública falou que será enérgico nas ações contra invasões de terra e bloqueios de rodovias feitos por sem terra. Vagabundo, comigo, é tratado no cacetete, disse.
André disse não ser contra a reforma agrária, nem contra os movimentos sociais, desde que as coisas sejam feitas legalmente. Vou respeitar a Lei, mas se houver invasão de terra e bloqueios, vou pedir para a polícia revolver a situação e reintegrar a ordem no local, firmou.
Eleições
Sobre as eleições de outubro, André disse esperar a renovação de 50% dos deputados da Assembléia do Estado. Disse que 12 estavam aptos a voltarem através da reeleição e que os outros 12 deveriam ser trocados por gente jovem, como fez questão de frisar.
O evento foi encerrado com um churrasco servido aos convidados.
Assessoria de Comunicação