As últimas semanas foram marcadas pelo aumento exponencial das mortes causadas pela Covid-19 em todo o país, atingindo a marca superior a 4.000 óbitos em um único dia e, em Três Lagoas não foi diferente; tanto que dados levantados pelo Departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apontam que março de 2021 teve mais óbitos pela doença do que de abril a dezembro de 2020.
Conforme o boletim epidemiológico de terça-feira (13/04), Três Lagoas já notificou 49.833 casos suspeitos da doença, desse total, 11.832 foram positivados para Covid-19 e 38.001 testaram negativo. Apesar de ter 8.884 recuperados dos efeitos do Coronavírus, a Cidade segue com mais de 2.718 pessoas ativas, ou seja, que estão com a doença e podem ser transmissoras do vírus.
Por fim, chegamos ao número de 230 óbitos, sendo que 77 deles, o que representa 33,47% do total, foram apenas no mês de março de 2021. Outro ponto que serve de alerta e de como as medidas de restrições, prevenção e combate são importantes, é que a média mensal de 85 notificações de óbitos em geral (todas as causas), em março desse ano, pior período desde o início da pandemia, subiu para 169, número elevado devido às mortes causadas pela Covid-19.
MORREU MAIS GENTE DO QUE NASCEU
Os dados ficam ainda mais espantosos quando chega o fato de que, de acordo com informações do Sistema de Nascidos Vivos (SINASC), em março de 2021 nasceram 168 crianças (vivas) e, em comparação com os dados disponibilizados pelo Sistema de Informação de Mortalidades (SIM), morreram, no mesmo período, 169 pessoas de diversas causas (não somente Covid-19).
O mês de abril também deve ser marcado por números expressivos de mortes pela doença. Até o dia 12 deste mês, Três Lagoas tinha o registro de 93 óbitos das diferentes causas (não somente Covid-19), mas desse total, 58 foram causados pela Covid-19. No mesmo período, foram registrados apenas 56 nascimentos (vivos).
“Devido às altas taxas de morte, é possível supor que os casos de óbitos por Covid-19 colaboraram para que o número de nascidos fosse menor do que de mortes no mês de março”, comentou o médico da Família e Comunidade e da equipe de Vigilância Epidemiológica da SMS, Vinícius de Jesus Rodrigues.
Paulo Henrique Trannin Bernardo trabalha desde 2007 como técnico administrativo codificador do SINAN e SINASC na SMS e diz que essa é a primeira vez que vê algo do tipo ocorrer.
“Estou à frente do sistema de nascido vivo há muitos anos e, é a primeira vez que vejo a quantidade de óbitos no município superar o número de nascidos vivos”, finalizou.