A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, atendendo à convocação e orientação da Secretaria Estadual de Saúde do Governo de Mato Grosso do Sul (SES), por meio do Núcleo Regional de Saúde, realizou reunião técnica sobre Febre Amarela, na manhã de segunda-feira (29), na sede do Setor de Endemias, à Rua Bom Jesus da Lapa, número 1.057, Bairro Vila Nova.
Na reunião, representando a SES, estiveram presentes os servidores do Núcleo Regional de Saúde de Três Lagoas, Ademir Ramos de Lima, Cristiane Regina Pagani e José Costa Nogueira.
Junto com a secretária de Saúde de Três Lagoas, Angelina Zuque, participaram da reunião: o coordenador do Departamento de Vigilância em Saúde e Saneamento, Francisco Joaquim da Silva; coordenadores Alcides Divino Ferreira (Setor de Endemias), Geórgia Medeiros de Castro Andrade (Setor de Entomologia), Adriana Louro Spazzapan (Vigilância Epidemiológica), Christovam Tabox Bazan (Vigilância Sanitária), Gisleine Tabox Saiar (Vigilância em Saúde Ambiental) e Izabela Bento de Souza (DANTS/Vigilância Epidemiológica), junto com os servidores do Setor de Endemias, José Osterno de Lucena e Valdecir Antônio Marangon.
Como informou Cristiane Regina (SES), o objetivo da convocação da reunião foi “trocar informações e elaboração de estratégia de ações conjuntas para enfrentamento da questão da Febre Amarela”, disse.
A doença “ainda não está presente no nosso Estado, mas já foram confirmados casos positivos no estado de São Paulo, que faz divisa com Mato Grosso do Sul e isso nos leva a ficarmos atentos”, recomendou a coordenadora do Núcleo Regional de Saúde de Três Lagoas.
Na reunião, foi relatado o caso recente de uma macaca da espécie bugio, localizada e capturada na região de Três Lagoas, nas imediações da Ilha Comprida, apresentando sérios ferimentos e que veio a óbito logo após a captura, feita com o apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA).
Como relatou o médico veterinário Christovam Bazan (Vigilância Sanitária), a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da SMS de Três Lagoas “agiu corretamente seguindo as normas estabelecidas pelo Protocolo do Ministério da Saúde para estes casos”, informou.
Nesse caso, foram coletadas amostras duplicadas de vísceras do animal, bem como amostras duplicadas de sangue e soro, todas congeladas conforme Protocolo, e encaminhadas dentro do prazo (24h) ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS).
VIGILÂNCIA E ATENÇÃO
Diante dos fatos e do surgimento de surto de Febre Amarela no Estado de São Paulo e Minas Gerais, estados vizinhos de Mato Grosso do Sul, os representantes da SES orientaram a que se “adotem ações de vigilância e atenção, sem necessidade de criarmos falsos alarmes junto à população de Três Lagoas”, manifestou a secretária Angelina Zuque.
Na reunião, a titular da SMS manifestou que toda a sua equipe de servidores da Saúde “está pronta para trabalhar em parceria com a SES, aguardando apenas as orientações que se fizerem necessárias”, ressaltou a secretária de Saúde.
Angelina Zuque observou que o Ministério da Saúde, como foi recentemente divulgado, “não reconhece a Febre Amarela como surto em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, recentemente foi realizado um trabalho em parceria com as empresas empregadoras de conferir todas as cadernetas de vacinação dos trabalhadores locais, que vieram de outras regiões do Brasil”, informou.
“Foi constatado que a maioria dos trabalhadores nas nossas indústrias já tomou mais de três doses de vacina da Febre Amarela, pois antigamente tal vacinação era realizada a cada dez anos”, comentou.
“Entretanto, de acordo com a nova norma técnica do Ministério da Saúde, apenas uma dose da vacina da Febre Amarela é suficiente para imunizar o indivíduo”, tranquilizou a secretária Angelina Zuque.
COBERTURA VACINAL
A secretária de Saúde de Três Lagoas também informou que a cobertura vacinal de imunização de crianças contra a Febre Amarela “também é boa”, pois, já há algum tempo essa vacina passou a integrar o calendário vacinal, sendo administrada às crianças a partir dos nove meses de vida, como prevê o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
Nas unidades de Saúde, vem sendo normal a procura pela vacina contra a Febre Amarela. Angelina Zuque acredita que a preocupação maior, atualmente, envolve aquelas pessoas que nunca se vacinaram contra a Febre Amarela, principalmente, a população da zona rural, pois residem em áreas muito próximas à mata.
“Portanto, há necessidade de se fazer um levantamento do número real de moradores nas áreas próximas aos rios, áreas de mata nativa, e iniciar a vacinação dessas pessoas que estão mais susceptíveis à doença, por residirem em áreas de risco (zona rural)”, orientou Angelina Zuque aos representantes da SES.
Além disso, Angelina Zuque sugeriu que, ao passar em cada propriedade rural próxima aos rios da região, além de conferir a carteira de vacinação e oferecer a vacina da Febre Amarela e outras disponíveis, “será muito importante orientar as pessoas para que informem às autoridades caso encontrem macacos doentes ou mortos, pois os moradores da zona rural podem auxiliar grandemente no enfrentamento da doença, tornando-se sentinelas da Saúde pública, nesse sentido”.
IMPORTANTES ORIENTAÇÕES
Na reunião técnica sobre Febre Amarela também foi ressaltada a importância de orientar a população sobre a doença e de como deve proceder, no caso de precisar de vacina.
Como tem orientado Alcides Ferreira (Setor de Endemias), é importante enfatizar que pessoas com mais de 60 anos só podem receber a vacina da Febre Amarela, caso haja indicação médica; quem já tomou uma dose da vacina na vida, não precisa vacinar-se novamente; apenas deve vacinar-se quem vai viajar para áreas de risco e quem nunca se vacinou anteriormente.
Outra recomendação, lembrada nesta reunião técnica, foi sobre a importância “das pessoas guardarem consigo os comprovantes de todas as vacinas que já tomaram, seja em campanhas ou no calendário normal de vacinação”, ressaltou Angelina Zuque.
Diretoria de Comunicação