Mesmo com o período de estiagem e seca que ocorre no meio do ano, continua a preocupação em diminuir o índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti em Três Lagoas. A Secretaria Municipal de Saúde por meio do Setor de Endemias realiza o trabalho de borrifação em bueiros, áreas com alagação próximas à Lagoa Maior com biolarvicida.
Segundo o coordenador do departamento, Benício Donizete, a vantagem de utilizar este produtor é que não agride o meio ambiente. “O biolarvicida contém cristais que são diluídos na água parada que fica no bueiro ou em áreas alagadas perto da Lagoa Maior e elimina os focos dos mosquitos, porém não causam danos aos peixes ou outros animais”, explicou.
O coordenador também esclareceu que o trabalho é feito de forma contínua, entretanto, recebe maior ênfase durante o tempo de seca. “Devido a diminuição de chuvas que geralmente temos mais no final e início de ano, os mosquitos procuram qualquer lugar que possa acumular água por um certo período para o depósito de ovos. Para isso, realizamos este tipo de trabalho para que tenhamos o menor foco possível na Cidade”, ressalta.
Na semana passada, o Setor de Endemias informou o índice de infestação do mosquito da Dengue que atualmente se concentra em 0.2% ou seja, menor do que a média preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 0.9%. Os dados foram recolhidos por meio do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa), realizado pelos agentes de endemias.
O levantamento é feito a cada dois meses e por amostragem na visitação das casas. Os períodos de avaliação são em janeiro, março, julho, setembro e novembro. Os dados recolhidos são encaminhados para a Secretaria de Estado de Saúde e para o Ministério de Saúde. Foram visitados 2.268 imóveis, sendo que deste total, apenas quatro imóveis deram índice positivo.
“Mesmo com índice baixo, não podemos parar com o trabalho de evitar novos focos do mosquito da Dengue. Então, pedimos para que a população também colabore conosco e evite varrer folhas ou materiais para o bueiro, pois esta ação pode ocasionar o acúmulo de água e trazer mais focos do mosquito Aedes Aegypti”, disse o coordenador de Educação em Saúde, Fernando Garcia.
PERNILONGO E ZIKA
Outro fato que anda preocupando a Saúde sobre o aumento de evidências de que o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, pode estar envolvido na transmissão do vírus Zika. Atualmente, a única certeza é de que o transmissor da doença é o do Aedes Aegypti.
A pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fiocruz em Recife (PE), Constância Flávia Junqueira Ayres Lopes, foi quem fez o alerta durante um congresso em Porto Seguro (BA). Segundo a estudiosa, pesquisadores conseguiram comprovar a presença do vírus Zika na glândula salivar dos mosquitos Culex quinquefasciatus e Aedes Aegypti três dias após infectados.
“Com esse alerta, pedimos que a população tenha o cuidado redobrado. Evitem deixar fossas ou caixas de gorduras abertas para evitar a proliferação do pernilongo. O uso de inseticida deve ser evitado e sim é necessário que haja a prevenção para que evite a proliferação destes mosquitos que são tão comuns em nossa região”, ressaltou Fernando.
CASOS
De acordo com o boletim epidemiológico da 28ª semana, a Saúde notificou na última semana (o dia 16 de julho) nove casos de Dengue, sendo que não houve resultado positivo e apenas um negativo laboratorial. Até o momento, o Município de Três Lagoas acumula no geral 1.318 casos notificados, sendo que dos exames laboratoriais, 904 são positivos e 373 são negativos.
Assessoria de Comunicação