Devido ao clima tropical do Brasil é comum a proliferação de insetos que podem transmitir alguma doença para os seres humanos. As mais comuns são Dengue, Leishmaniose, Febre Amarela e a Doença de Chagas. Para identificação, análise e estudos mais profundos de cada vetor, a Prefeitura de Três Lagoas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, através do Laboratório de Entomologia realiza esse tipo de trabalho.
Coordenado pela bióloga Geórgia Medeiros de Castro Andrade e com uma equipe composta por oito pessoas, o setor realiza o trabalho de estudo das larvas e mosquitos capturados por meio de armadilhas sendo as mais comuns: mosquitrap, larvitramp, CDC, e ovitramp.
AEDES AEGYPTI (DENGUE)
Para o estudo do mosquito vetor da Dengue, a equipe realiza o trabalho de análise das larvas que são capturadas pelos agentes do Setor de Endemias em visitas domiciliares, por meio da armadilha mosquitrap, na qual o laboratório identifica se se é o mosquito alado do Aedes Aegypti ou o vetor da Febre Amarela.
Somente neste ano foram vistoriadas 6.639 armadilhas mosquitrap, onde foram identificados 2.134 mosquitos da Dengue e 467 mosquitos Culex (possível vetor transmissor da Elefantíase). As armadilhas estão espalhadas pela Cidade, sendo instaladas a cada 300 metros nas residências. “Toda semana os agentes recolhem o mosquito alado e verificam o número de incidência do período. Os dados são colocados em um aplicativo do celular que funciona pela internet e em tempo real”, explica a bióloga.
Já pelo Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRA) foram identificadas neste ano 784 larvas e 110 pupas de Aedes Aegypti; e de Culex foram analisados 185 larvas e 12 pupas.
Na área rural, a equipe faz análise e monitoramento dos vetores da Dengue e Febre Amarela por meio da armadilha larvitramp. “Embora não faça parte do programa, instalamos essas armadilhas em locais onde geralmente há pessoas que fazem o uso dos córregos e lagoas”, disse Geórgia.
As armadilhas ficam nos locais durante dois anos, sendo que em agosto deste ano foram instaladas em novos pontos como no quilômetro 149 da BR-158, na região do rio Sucuriú, nas proximidades do córrego do Pinto e próximo a uma das estradas vicinais do Município. As armadilhas serão retiradas em agosto de 2017.
Neste ano até o momento foram 144 armadilhas vistoriadas, com 53 larvas de Aedes Aegypti, 06 larvas de Culex, 39 larvas de Aedes Albopictus (da mesma família do vetor da Dengue) e três larvas de outros tipos de insetos que foram analisadas.
CHAGAS
Outro estudo realizado pela equipe é do inseto triatomíneo (barbeiro – principal vetor da Doença de Chagas). “O Setor de Endemias realiza a captura do inseto por meio de denúncias. O laboratório realiza a identificação do inseto e análise suas fezes para observar se possui o parasita Trypanosoma cruzi, que é o principal responsável na proliferação da Doença de Chagas”, esclarece Geórgia.
Embora o laboratório realize este trabalho até o momento não foi identificado nenhum Triatominio positivo. Neste ano foram analisados dois Triatotominios.
LEISHMANIOSE
O laboratório também realiza dois tipos de monitoramento do mosquito flebótomo – responsável pela proliferação da Leishmaniose. Quando há registro de casos em humanos, o trabalho é feito com a instalação da armadilha CDC no final da tarde, na qual fica no local durante três dias. No período da manhã do dia posterior, é retirado o saco com os mosquitos capturados e realizado subsequentemente a sua análise.
O segundo tipo de monitoramento é realizado em locais em que tiveram mais casos em humanos e cães, sendo a colocação da armadilha antes da borrifação, e feito o monitoramento uma vez ao mês durante 90 dias. “Esse trabalho é feito antes e depois da borrifação para ver a ação residual do inseticida, se há ou não resistência do mosquito no local estratificado”, explica a bióloga.
De janeiro até o momento foram instaladas 154 armadilhas sendo capturados e pesquisados 33 machos e 10 fêmeas.
INSETOS EM MATAS
O laboratório também faz o trabalho de pesquisa em matas ou locais com maior arborização próximo a área urbana por meio de uma armadilha feita com uma barraca de shannon para verificar o índice de infestação de culicídeos e flebotomíneos. Dentro da armadilha é colocada um aspirador que “suga” todos os tipos de insetos e que posteriormente é analisado se há perigo de proliferação de alguma doença. O trabalho é feito de modo eventual.
A captura de insetos também é feita por meio de captura de copa colocado entre as 9h e 14h no solo e na árvore, sendo que o técnico realiza a captura do mosquito entre esse horário, com intuito de verificar a sua presença próximo aos respectivos locais.
E por fim, também é realizado o trabalho de verificação da eclosão dos ovos das larvas por meio da armadilha Ovitramp.
A unidade está localizada na rua David Alexandria, 1426, Bairro Vila Nova.
Patricia Acunha / Assessoria de Comunicação