A Prefeitura de Três Lagoas, no momento histórico de desenvolvimento que vive a Cidade, acompanha também os impactos sociais do ritmo acelerado de crescimento empresarial, notadamente na indústria e no comércio.
Um desses impactos sociais é o aumento considerável da população flutuante, acompanhada do fenômeno da migração humana, que chega a Três Lagoas e que por aqui passa, atraída pela ampla e variada oferta de oportunidades de emprego e geração de renda e pela esperança de concretização de sonhos de uma vida melhor.
Entre as pessoas que aqui chegaram, continuam chegando e aqui estão, na sua grande maioria com residência, emprego e renda assegurados, existe também uma pequena, mas preocupante minoria, sem rumos e perspectivas de vida definidos, sem família, sem emprego e renda e até sem local fixo para morar.
Sem bases sólidas de sustentação afetiva, moral, religiosa, social e familiar, essa minoria de pessoas, homens e mulheres, passa a adotar formas específicas de comportamento e de vida, alheias a todo o modelo e tipo de padrão social de se viver, chegando até a rejeitar oportunidades concretas de reinserção social que lhes proporcionariam condições básicas de restabelecimento da dignidade humana.
Esta é a população de moradores de rua, presente em Três Lagoas e também nos grandes, médios e até pequenos centros urbanos de todo o Brasil.
Eles são encontrados e vistos principalmente na Praça Santo Antônio, travessia da linha férrea (início da Avenida Clodoaldo Garcia), Praça da Rodoviária, Estação Ferroviária e Posto Nelore. É uma população flutuante que varia de 30 a 40 pessoas.
Cada grupo possui características próprias e o espaço ocupado por eles é respeitado, sem interferência ou invasão de pessoas de outros grupos.
INCOMODAR-SE SEMPRE
Perante esses impactos sociais, cabe à Prefeitura de Três Lagoas, por meio da política de ações da Assistência Social, “não deixar de incomodar-se e não cansar de procurar soluções e orientar as pessoas a sair da vulnerabilidade social”, ressaltou a secretária Maria Lúcia Firmino.
“A Assistência Social tem que estar sempre se incomodando com as vulnerabilidades sociais, até que descubra o que pode e deve ser feito para a solução ou encaminhamento de soluções de problemas sociais”, disse Lúcia Firmino, ao referir-se ao trabalho da Assistência Social junto aos moradores de rua.
“São situações que incomodam as pessoas de bem, a sociedade e também o Poder Público. São pessoas que precisam de ajuda especial e persistente, nas repetidas tentativas de reinserção social e familiar”, comentou.
“Quanto aos moradores de rua, temos que respeitar os direitos humanos de liberdade, assegurados pela Constituição, notadamente, o de ir e vir. Mas, respeitando sempre o direito à liberdade, nós nunca desistimos da importância da reinserção social e familiar”, destacou a secretária de Assistência Social.
“É por meio da família que obtemos as principais informações da origem e até razões que levam essas pessoas a viver como moradores de rua”, observou Lúcia Firmino.
CAUSAS DA EXCLUSÃO SOCIAL
Entre a população dos moradores de rua, as causas de exclusão social se agravam com o álcool e as drogas, que levam à degradação humana e baixa da autoestima, promiscuidade, abandono de regras sociais e à falsa sensação de liberdade, como explicou a diretora de Proteção Social Especial, Mara Eulália Carrara da Silva.
“Constatamos essa triste realidade no trabalho diário do que chamamos de ‘busca ativa’, feito pelas nossas equipes do Albergue Municipal e do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)”, informou.
Por meio das diárias e constantes abordagens na busca ativa, as equipes procuram, além de levantamento básico de dados de identificação, origem e causas, “sempre oferecem propostas de saída dessa situação de vulnerabilidade social”, observou Mara Carrara.
“Dependendo de cada caso, oferecemos internação, encaminhamento para tratamento de saúde, pousada provisória no nosso Albergue Municipal e até passagem gratuita de ônibus para a cidade de origem e reencontro com a família”, informou a diretora de Proteção Social.
Somente nesta quarta-feira (14), a Secretaria Municipal de Assistência Social viabilizou a passagem gratuita de ônibus para quatro moradores de rua: dois para Aquidauana, um para Bauru (SP) e outro para Campo Grande.
“Os que se negam aceitar nossas ações de Assistência Social e insistem em viver como moradores de rua, pedimos que assinem termo de declaração que foram procurados pela Assistência Social”, informou Mara Carrara.
“Respeitamos sempre a liberdade das pessoas. Portanto só assina esse termo quem apresenta sinais visíveis de consciência plena do conteúdo do termo”, assegurou.
“Há também os que se negam até a conversar com a nossa equipe e abandonam provisoriamente o local para não serem sequer abordados”, comentou Mara Carrara.
EQUIPE
A equipe da busca ativa é normalmente constituída por uma assistente social, psicólogo e cuidadores.
Na oferta de propostas de todas as ações de política de Assistência Social, a equipe elabora detalhados relatórios do comportamento, reações e informações das pessoas abordadas.
Esses relatórios são enviados periodicamente à Secretaria Municipal de Assistência Social, “para estudo das ações que adotamos no nosso trabalho”, completou Mara Carrara.
Assessoria de Comunicação