A Secretaria Municipal de Saúde recebeu na manhã desta segunda-feira (31) o prêmio de Monitoramento Inteligente de Dengue (M.I. Dengue). A cerimônia de entrega foi realizada no auditório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Campus Pampulha, em Belo Horizonte.
O MI Dengue é uma ferramenta de monitoramento em tempo real da presença do mosquito vetor da doença, o Aedes Aegypti. A UFMG é titular e cotitular do conjunto de patentes da tecnologia, que envolve uma armadilha (Mosquitrap), atraentes específicos (Atraedes) e sistemas informatizados para coleta, transmissão e processamento dos dados. Esta Tecnologia foi desenvolvida no Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, com apoio financeiro da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (SEBRAE).
Representando Três Lagoas, a secretária de Saúde, Elenir Neves, participou da cerimônia e recebeu o prêmio, ao lado dos apoiadores e incentivadores das entidades que ajudaram a desenvolver esta tecnologia. Compartilho esse prêmio com os agentes de endemias, educação e saúde, vigilância sanitária, e parceiros de outros segmentos que nos auxiliaram nesta mudança da situação da dengue na cidade e, em especial, a Administração Municipal que se empenhou para atender as nossas reivindicações, bem como a Votorantin Celulose e Papel (VCP) pelo patrocínio da ferramenta para o município, agradeceu Elenir.
Também participaram do evento o diretor da Ecovec (empresa que desenvolveu a tecnologia), Luiz Felipe, e o professor do ICB, Álvaro Eiras, responsável pela coordenação da equipe de pesquisadores que desenvolveu a pesquisa.
Redução de casos
A secretária Elenir Neves ressaltou a rapidez com que o MI Dengue permite detectar focos da doença. Essa tecnologia otimiza ações e recursos. Em tempo muito curto, conseguimos detectar um foco gerador da doença e já traçar ações de combate para eliminá-lo, já que o MI Dengue faz tudo em tempo real. Elenir relata que, depois de duas epidemias consecutivas de dengue nos anos de 2006 e 2007, somando cerca de 3 mil casos registrados, o uso da tecnologia reduziu significativamente o número de infectados pela doença na cidade. Segundo a secretária, foram 15 casos registrados no ano de 2008, e 10 casos em 2009, até o momento.
Ainda de acordo com a secretária de Saúde, este foi um momento muito importante e especial, pois o uso da tecnologia MI Dengue tem ajudado Três Lagoas no controle da doença: Esta é mais uma ferramenta que nos auxilia no combate ao mosquito Aedes Aegypti. Receber este prêmio é o reconhecimento do nosso trabalho, acrescentou.
Premiação
O município de Três Lagoas apresenta um resultado expressivo no que diz respeito à redução de números de casos, reflexo do trabalho e desenvolvimento de ações e projetos com o objetivo de alcançar índices cada vez menores da doença. Os municípios de Vitória (ES) e Paraguaçu Paulista (SP) também receberam o prêmio como forma de reconhecimento na utilização desta tecnologia e obtenção de resultados satisfatórios.
Três Lagoas recebeu o prêmio de Cidade Modelo por ter alcançado índice superior a 70% na execução do programa e índice de captura de mosquitos menor que 30% entre janeiro e maio deste ano. Já as cidades de Vitória (ES) e Paraguaçu Paulista (SP) receberam o prêmio Cidade Vigilante, pois atingiram desempenho superior a 70% na execução do programa.
Transferência de tecnologia
Durante a cerimônia, a empresa Ecovec, responsável pela comercialização da tecnologia, fez o repasse simbólico para a UFMG dos royalties de licenciamento de uso do MI Dengue. O professor do ICB, Álvaro Eiras, responsável pela coordenação da equipe que desenvolveu a pesquisa, destacou que a parceria universidade-empresa foi fundamental para que a tecnologia fosse transferida para a sociedade.
No Brasil e no mundo
Atualmente, o MI Dengue está presente em 40 municípios brasileiros e na cidade de Cairns, na Austrália. São mais de 12 mil armadilhas implantadas e mais de cinco milhões de pessoas vivendo nas áreas monitoradas pelo M.I. Dengue. De acordo com o professor Álvaro Eiras, um pesquisador norte-americano passará esta semana na UFMG para conhecer a tecnologia e levá-la para estudos em Cingapura.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO